No ano de 1974, período da Ditadura Militar, a assistência à saúde no Brasil estava vinculada ao INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, portanto somente as pessoas que tinham um trabalho registrado em carteira e contribuíam com a Previdência Social tinham direito à assistência à saúde. Com isso, as pessoas que não se encaixavam nessas condições ficavam desamparadas e passaram a ser atendidas pelos Hospitais Filantrópicos.
É então que surge o Hospital Sofia Feldman!
Dentro desta realidade, um cristão, um judeu e um comunista se juntaram para pensar na instituição:
Sr. José de Souza Sobrinho – cristão do Conselho Particular do São Bernardo, órgão da Sociedade São Vicente de Paulo – SSVP;
O Dr. Marx Golgher, judeu, neto de Sofia Feldman;
Dr. Ivo Lopes – Médico Ginecologista e obstetra, comunista, atuante no movimento da reforma sanitária movido pela Declaração de Alma-Ata formulada na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, na República do Cazaquistão.
Foi quando o pediatra Marx Golgher pensou em construir um posto de saúde em homenagem a sua avó que costumava dizer: ‘devemos olhar em volta e ver quem está precisando de nós’.
“Tive uma gratíssima satisfação, e até hoje me emociono, de ter conhecido o Sr. José de Souza Sobrinho, em meia hora de conversa fiquei absolutamente convencido. O sonho de Sobrinho era o meu sonho. O dia mais feliz da minha vida foi o dia em que doei o terreno”, declarou Dr. Marx Golgher, um ano antes de falecer.
O pediatra fez apenas uma exigência, que o hospital levasse o nome da sua avó: Sofia Feldman. Ela era palestina e veio para o Brasil com 13 anos. Aqui, tornou-se uma benemérita, recolhendo donativos para os hospitais de tuberculosos na sua casa na região central de Belo Horioznte. A família Golgher, tinha terrenos no bairro tupi e lagedo, então praticamente desabitado.
Planos definidos e logo chegou o terceiro sonhador, Dr. Ivo de Oliveira Lopes.
“Eu fazia medicina, tinha um colega que atuava aqui e eu no bairro das Indústrias. Como ele iria deixar o Sofia, me apresentou o Sr. José e depois vim a conhecer o Marx Golgher: “Sua única exigência: que entendêssemos em especial as crianças”. E com o Sr. José, fiz um acordo ético e político: eu, Ivo, nunca tiraria a comunidade de dentro do Sofia, não usaria o Sofia como arma política e nem me candidataria a cargos políticos”. Acordo cumprido.
O Hospital foi construído em sistema de mutirão e com pouquíssimos recursos. Além de Dr. Ivo Lopes, outro jovem médico que se aliou ao grupo, o pediatra Dr. José Carlos da Silveira.
O ambulatório foi inaugurado em 1978 e o Hospital em 1982, com 6 leitos na maternidade em sistema de alojamento conjunto – portanto sem berçário – e 6 leitos de clínica pediátrica, também com internação conjunta – mãe e filho. Em 1983 chegaria para ajudar e reforçar os trabalhos o obstetra, Dr. João Batista de Castro Lima.
Até 1986, o Hospital funcionou com trabalho voluntário e doações da comunidade. Neste ano, através de um movimento comunitário, foi incluído nas Ações Integrais de Saúde – AIS, programa precursor do Sistema Único de Saúde – SUS.A partir daí, o Hospital passou a receber um fluxo regular de receitas, que permitiu a ampliação progressiva da área física e o aumento dos serviços oferecidos.
Em 1988, por questões políticas e pelo oferecimento do serviço de planejamento familiar à população, o Hospital desvinculou-se da Sociedade São Vicente de Paulo, transformando-se em Fundação de Assistência Integral à Saúde – FAIS.
A comunidade, sempre parceira do Hospital, continuou apoiando suas atividades. Em 1994, em um momento de crise institucional que trouxe risco de encerramento das atividades, esta parceria foi formalizada através da criação da Associação Comunitária de Amigos e Usuários do Hospital Sofia Feldman. (ACAU/HSF).
E, em maio de 2006, foi criado o Conselho Local de Saúde de acordo com a Lei Federal 8.142 de 23 de dezembro de 1990 que tem como finalidade fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e serviços de saúde no Hospital.
Atualmente a Fundação de Assistência Integral á Saúde (FAIS) é composta pela Diretoria, Conselho Curador e Conselho Fiscal que tem representantes da Instituição e comunidade que fizeram parte da história do Hospital. Em outubro de 2023, o Conselho Curador aprovou a atualização do organograma institucional que institui uma Diretoria Executiva que coordena a Comissão Tecnica Administrativa que realiza a gestão colegiada das atividades institucionais.
Razão Social
FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAUDE – FAIS
Nome Fantasia
HOSPITAL SOFIA FELDMAN
CNPJ: 25.459.256/0001-92
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Tupi B – Belo Horizonte – MG
CEP: 31844-130
Pronto Atendimento e vaga sempre.
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Carlos Prates – Belo Horizonte – MG
CEP: 30710-580
Atendimento Ambulatorial:
segunda à sexta de 07h às 19h.
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